quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sobretudos masculinos



Embora não tenha avançado com Stella McCartney, o facto é que a designer conseguiu trazer uma frescura para este Inverno que se aproxima, com os casacos masculinos em senhoras plenamente femininas. O truque? Usá-los com peças justas, que afirmem a cintura e evidenciem as formas de Vénus que assistem o nosso género. As lojas do costume já se renderam a eles e, de facto, se bem usados, constituem uma elegância andrógina, na medida certa.
 
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Paradoxos sobre a beleza.

De volta aos ideais de formusura clássicos ou apenas uma assumida melancolia artística do século XXI? Podia ser o mote para uma longa conversa sobre a influência das grandes obras na nossa forma de observar o mundo. Mas não é. É uma dissecação simples e despretensiosa sobre um fenómeno que, não constituindo novidade, torna-se uma epidemia com o passar dos anos.
Se em boa verdade nós somos metralhados com informações sobre o estado da saúde pública do país, também é verdade que somos, da mesma forma agressiva, massacrados com propaganda rasteira e publicidade enganosa do mais pueril que se possa imaginar. Se entrarmos nas questões de alimentação, o assunto torna-se, sensivelmente, mais grave, observada a sua ação sobre as camadas mais jovens.
A pintura de Rubens não vem por acaso, caro leitor. Não é à toa que Toilette der Vénus tem os contornos dos ideais de beleza e harmonia para a sua época. Mulheres roliças, de pele leitosa, longos cabelos loiros ou ruivos e o cerne de mistério que acompanha sempre a imagem feminina nas obras clássicas.
O paradigma altera-se, vislumbram-se as Vogue nas bancas e tem-se uma imagem de paradoxos intrigantes. Se, por um lado, vemos mulheres visualmente atraentes - porque o somos levados a julgar -, é igualmente inegável ocorrer-nos que a figura em questão carece de um certo realismo, de formas reais, de um certo encanto natural, que só as imperfeições na medida certa, podem emprestar a uma mulher.
Se os ideais de outrora eram bem mais interessantes, certamente. Se hoje me causa uma determinada confusão ver as nossas jovens com excesso de peso nas praias? Seria inegável assumir que sim. Teria então Rubens, Botticelli ou mesmo Da Vinci razão ao pintar a beleza com contornos daquilo que assumimos atualmente ser peso a mais? Na verdade, é uma conversa interminável.  No entanto, resta-nos reter que, embora com a mudança do tempo também as vontades se lhe sigam mudadas, é, da mesma forma, inegável assumir que não pode haver um modelo imutável nem restrito de formas, feitios e maneiras. Aprender a ler a beleza nas suas diferentes demonstrações, acaba por nos ajudar a relacionar connosco e com o mundo.