domingo, 30 de junho de 2013

Christopher Kane - botins a pensar na calçada portuguesa.


Com os saldos à porta, não tarda, escreverei um post inteiramente dedicado ao tema. Por hora, apresento os botins magníficos de Christopher Kane. Confortáveis para o dia a dia, que é o que se quer, e bastante divertidos. Amorosos! Agora a metade do preço.


sábado, 29 de junho de 2013

Paixões intemporais - Alexander McQueen

Quem me conhece, sabe que não sou adepta fervorosa do Verão, dos dias muito quentes, de t-shirts de mangas cavadas, de vestidinhos de praia, chinelos de dedo... Enfim, o corriqueiro para os dias de calor. Todas as estações têm a sua graciosidade, no entanto, é preciso muito mais do que sair de casa "pronto para a praia" para saber tirar partido das peças de Verão. Posto isso, consigo sobreviver à altas temperaturas, proteger a minha pele esquálida sem arrelias de maior.
O que me alegra, por alturas das temperaturas teceiro mundistas são as noites rejuvenescedoras. Em Portugal, há já alguns anos, que não se dispensa um casaquinho para sair à noite. É neste tipo de peças que não me importo, se a carteira me for favorável, de gastar algum dinheiro, porque, por norma, são intemporais e duram uma eternidade se optarem por boas peças.
Os modelos a seguir são Alexander McQueen (pois, como é óbvio) e ficaram-me debaixo de olho. Posto isso, terça-feira torno a tentar a minha sorte nos jogos da Santa Casa.










quinta-feira, 27 de junho de 2013

Oscar de la Renta - Resort 2014

Como o prometido é devido, pois aqui ficam três criações da coleção Resort 2014 de Oscar de la RentaDesign simples, comprimento midi, tecidos ricos e modelos evasés, a lembrar princesas da nossa infância. Uma preciosidade.




quarta-feira, 26 de junho de 2013

Bedshaped



Não sei precisar há quantos anos - atendendo à minha ainda juventude não mais de três ou quatro -, ao regressar a casa, na presença do homem que amava à época, deparei-me com um senhor, cujo nome, perdoem-me a rudeza, não me recordo. Era um senhor simpático, aprazível, tinha por hábito cumprimentar-me com maneiras dóceis. Quando se ria, ria-se para ele, sozinho nos seus pensamentos, perdido no emaranhar das suas emoções pessoais.  Sabia-nos todos espelhos. Na noite que vos relato, encontramo-lo estendido no chão de um passeio sujo, com as calças molhadas da sua própria urina. Um constrangimento humano acercou-se de mim. Ajudámo-lo a recompor-se e acompanhamos o homem do sorriso vago, em condições vexantes, com um odor nauseabundo não só a álcool, fluidos corporais, mas também a humilhação, a uma vida de miséria pretendida, a escolhas dilacerantes.  
Vivia num quarto sufocante, atolado nas suas recordações longínquas. Vi, de soslaio, uma fotografia amarelecida, mas tratada com cuidados que lhe careciam até nas coisas mais simples do seu quotidiano. Era uma família. Uma mulher, bem vestida, com maneiras de senhora fina, umas crianças e um homem que, apesar de beijado pela juventude farta, ainda se sabia que estava naquele ser alcoolizado que já dormia na cama imunda.
Uns dias mais tarde, o senhor do sorriso vago, mas dócil, morreu. Nunca soube em que circunstâncias, com que dores de alma, com que receios, com que amarguras. Morreu. É o fim. Dele ficaram as pessoas da foto enegrecida, uns quantos indivíduos com quem travou longas conversas filosóficas de café e fiquei eu, que me lembro, não raras vezes, da tristeza do seu quarto e da proteção infantil com que cultivava a foto da sua família.

Vestidos que são verdadeiras tentações.



 
Não nos basta a desgraça do pouco dinheiro, da escassez de emprego e ainda vem o Sr. Oscar de la Renta fazer uma patifaria destas ao coração de uma mulher. Uma verdadeira preciosidade, todo em rendas delicadas, mangas longas e um comprimento midi - já conhecem ser o de eleição da minha pessoa. Perfeito para senhoras com traços delicados e pele clara.
Mais tarde, se a disposição não me pregar uma rasteira, mostrar-vos-ei mais um pouco da coleção Resort 2014 do designer.

Ventos de mudança.




Na voz de Morrissey, com o seu tom íntimo e amendoado, Please, Please, Please, Let Me Get What I Want, adquire outra magnitude. Ventos de mudança processam-se quando não os esperamos, quando precisamos, efetivamente, de paz, que alguém aprenda a cuidar de nós, embora seja tarefa que não se deve deixar por mãos alheias sob pena de, quando a fatalidade se der, estarmos sozinhos.
Good times for a change
See, the luck I've had
Can make a good man
Turn bad

So please please please
Let me, let me, let me
Let me get what I want
This time

Haven't had a dream in a long time
See, the life I've had
Can make a good man bad

So for once in my life
Let me get what I want
Lord knows, it would be the first time
Lord knows, it would be the first time
- The Smiths


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Fake plastic trees.

A solidão mói, come as entranhas do ser mais cético e mais amargo. Não vale a pena ultrajar os sentidos, conferindo um caráter pequeno ao sentimento profundo de solidão. Embora dependa da forma como cada um de nós se posiciona no mundo, atinge-nos a todos, em determinado curso da vida. Não queiramos, pois, fazer disto uma epidemia do séc. XXI, todavia, manipular os sentidos em prol de indiferença, vontades dúbias, palavras plásticas e sentimentos também eles tão pequenos não é solução e atira-nos, das duas uma, ou para o patamar mais grosseiro ou para uma lugubridade sem precedentes.
Não andaremos todos à procura de vivências plásticas e que se quebram em pedaços ao mínimo sobressalto?
"Her green plastic watering can
For her fake Chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself" - Fake plastic trees - Radiohead
E pode-se passar toda uma vida com gente assim e sentirmo-nos, eternamente, sós.

domingo, 23 de junho de 2013

White Collection - Rouland Mouret



Não é novidade, para quem me segue, que sou perdidamente apaixonada pelo requinte e leveza das peças de Rouland Mouret. Pois como vos havia prometido, vou hoje deter-me uns minutinhos para explicar em que consiste a White Collection. Por palavras do designer, a coleção cápsula foi criada com o propósito de revolucionar levemente o paradigma do universo das noivas. Trazer um aspeto fresco e sexy para esta ocasião, mantendo o exímio cuidado de contemplar uma elegância intemporal. "I want my bridal dress to be a bit more sexy. I want to create something that is about you and your partner, a one-to-one relationship with the dress. Not just something to please friends and family." - Rouland Mouret.
Há cinco modelos à escolha, que partilham entre si o design de excelência, o bom corte, o bom ar e aquele je nais sais quoi que toda a mulher precisa em alturas como estas. Os preços não representam nenhuma exorbitância e poderão adquirir modelos por pouco mais de 1000 euros.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Quando a alma não é pequena.



Tenacidade e verdadeira crença no que se acredita, mais do que isso, no que consideramos o nosso mantra moral, é indispensável quando se luta por algo. Se em situações corriqueiras, consigo abrir mão de muitas coisas, quem me conhece sabe que há poucas pessoas mais sagazes para levar longe as suas convicções. Acreditei com uma força que não está em todos, como se uma erupção de lava pela pele, que conseguiríamos salvar o touro que fugiu, há mais de um mês, a caminho do matadouro, de Viana do Castelo.
Acredita-se que os animais, à semelhança do que acontece connosco, sentem o auspício de morte. Confiam nos instintos e são sábios a ler nas entrelinhas - coisa que abandonámos e que deveríamos considerar como um auxiliar importante para o quotidiano.
Hoje recebi a notícia de que engariámos a quantia necessária para salvar o nosso Marreta e poder conceder-lhe uma vida condigna, em liberdade, a verdadeira recompensa pela bravura. Já dizia Pessoa que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Bem sei que existem momentos que que lhe duvidamos das palavras, em que mergulhamos na lugubridade da efeméride dos dias. Mas a verdadeira resiliência permanece e isto, caros leitores, devia servir para tudo. Em tempos de se desistir de qualquer coisa, vale a pena lutar por quem acreditamos e pelas causas que se abraçam pela sensibilidade que encerram. E assim se muda o mundo.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Há horas destas.

Existem dias malfadados, trambiqueiros, que nos puxam a perder a compostura, que nos seduzem para que não sejamos sempre tão polidos, tão pragmáticos. A boa educação e as boas maneiras são regra indispensável para  evitar trair gestos e atitudes nas quais acreditamos. Embora saibamos que nem sempre a cabeça reflete racionalismo suficiente para nos sentarmos por longos minutos, contarmos até 100 e respirar ar da serra, há limites que não se podem ultrapassar de forma alguma. Quando ultrapassados, trazem vergonha, humilhação e desmoralizam o valor social.
Bem que me apetece deitar tudo cá para fora, abafar os bons costumes e a elegância por algumas horas e baixar sobre mim uma senhora sem educação, violenta e com escrúpulos dúbios. Porém, é do conhecimento de todos, que isso não abona a favor de nenhuma alminha. E uma senhora deve medir o que diz, ser regrada na hora de colocar uma discussão em cima da mesa. Se se der o caso de o mal estar feito, pois então há que se munir de coragem e astúcia e ser elegante nas desculpas, acreditando firmemente, que não é comportamento que se repita. Porque todos somos dados a cheliques, mas até esses têm limites. E se não estamos bem, podemos sempre, parafraseando Variações, tomar o comprimido.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ross Lovegrove



Quando a Natureza, o talento e a técnica de excelência se misturam, nascem as melhores obras. Deixem-se impressionar pelo design de primeira de Ross Lovegrove.




sábado, 15 de junho de 2013

O pouco que se sabe sobre o amor.

La belle dame sans merci, por Sir Frank Dicksee

Escreveu-nos Fiódor Dostoiévsky, no memorável Crime e Castigo - do qual falarei mais pormenorizadamente daqui a uns tempos - que "O amor é mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque se adquire dificilmente, ao preço de um esforço prolongado; é preciso amar, de facto, não por um instante, mas até o fim."
Sem mais palavras que o possam reforçar, porque me falta o engenho e o talento, seria uma afirmação na qual poderíamos pensar de vez em quando. Porque, de facto, a vida é algo precioso quando entendemos os seus caminhos sinuosos e, ainda mais excecional, é conseguir amar plenamente alguém que seja digno desse desvelo - coisa que não nos acontece com frequência.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Estados de loucura ou encenações bem conseguidas?


Ofélia morta sobre as águas, por John Everett Millais
Pouco intriga de forma tão arrasadora a mente humana do que o conhecimento da loucura, as suas causas e a sua cura potencial. Já se dizia que de loucos temos todos um pouco, que qualquer um de nós, no auge da sua sanidade, pode prestar-se a uma crise de consciência, a um regurgitar de emoções meramente fingidas ou acumuladas com honestidade, sem que para isso esteja no limiar da enfermidade da mente.
Em Hamlet, de Shakespeare, o belo príncipe encena uma loucura visceral, demoníaca, que acaba por apavorar os que o rodeiam, criando desconforto e males irreparáveis. O autor conta-nos, com confidências quase que secretas, que a loucura é contagiosa, que fere lentamente e sangra até não restar gota de vida. Ofélia foi, pois, a verdadeira vítima da loucura do pérfido Hamlet. Levada pelas tormentas, quis romper as amarras com a vida sem que se tivesse apercebido a tempo que ela própria estava, irremediavelmente, perdida para o lugar das temeridades.
"Na margem da vizinha ribeira cresce um salgueiro, cuja prateada folhagem se reflete nas águas cristalinas. Tua irmã aproximou-se daquele sitio, sempre tecendo grinaldas de rainúnculos, ortigas, malmequeres, e dessas flores a que os nossos pastores dão um nome bem grosseiro, mas que as nossas castas donzelas denominam poeticamente "dedo da morte". Quando procurava ornar com as suas inocentes grinaldas as argênteas frondes do salgueiro, oh! desgraça! descuidosa foi envolvida na corrente, cercada dos ornatos que lhe serviam como de corôa virginal. Algum tempo suspensa pelas vestes sobre a corrente, assimilhava-se a uma sereia, cantando incoerentes trechos, inconsciente do próprio risco, como se estivesse no seu nativo elemento. Mas tudo tem um fim, e em breve, sossobrando pelo peso das encharcadas vestes, cessou de cantar, e tornou-se cadáver levado pela corrente."
Assim como a prosaica e inocente Ofélia, qualquer um de nós, no auge da sua imprudência, se pode contagiar com estados de loucura fingida, de maldade pura, de gente que vem ao mundo para nos atormentar sem piedade, que rouba a dignidade e, em último recurso, a vida.
Pois que ninguém nunca diga que Ofélia jazia morta sobre as águas por desgosto de amor. A dama definhou com a doença que a ela não lhe pertencia. E Hamlet? Esse, caros leitores, fica para outros Carnavais.

Vera Wang

 
Pensa-se em vestidos de noiva e logo nos vêm à ideia os tecidos ricos, as cores entre o branco glaciar e as peroladas, saias vaporosas ou rígidas a lembrar o velho imperialismo, corpetes nem sempre tão consensuais como se julga.
Eu penso nestes vestidos - que não almejo usar, apesar de os considerar magníficos - e lembro-me de Vera Wang. Nem Chanel os cria tão magistrais. A par da casa Dior, que lhes vence em história, o atelier Vera Wang conquistou a simpatia a uma escala global e não é por acaso que é sinónimo de elegância e surge como opção viável em qualquer casamento real.
Embora goste da simplicidade de Rouland Mouret ou de Lanvin, que nos remetem para a mitologia grega ou para visuais mais austeros, embora com uma simplicidade depurada na medida certa, se o objetivo for causar impacto visual, pois escolha-se então uma criação da designer asiática.
A coleção de Primavera está arriscada, com conta, peso e medida, representa uma linha ténue entre o bom senso e o clássico e o excêntrico do novo milénio, onde as cores e os tecidos arrojadas são a imagem de marca.
Sou assumidamente cética na utilização desmedida dos corpetes em vestidos de todo o género, não havendo exceção quando se trata do traje de noiva. Poucas vezes os vi caírem como uma luva e menos vezes ainda os vi fazerem alguma coisa em prol da imagem da mulher. As senhoras portuguesas são donas de um biótipo demasiado caprichoso para se aventurarem neles, embora existam as exceções. Braços volumosos, busto muito masculino, peitos demasiado proeminentes e peso a mais fazem parte de uma lista de inibidores que devia andar na bolsa de qualquer senhora, sob pena de se entusiasmarem com um vestido inimigo da sua estrutura.
Será, de resto, um assunto que abordarei com mais tempo. Fiquemo-nos agora com a coleção.
 







 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Homens com honra.

Houve toda uma multidão que se exaltou contra o fim trágico de Robb Stark, no seguimento da Games of Thrones, à semelhança do que já havia acontecido com Ned Stark, no momento da decapitação. Seja-se fã ou não da série, é inegável que ambas as personagens partilhavam de atributos chave para cativar a simpatia feminina - e masculina, faça-se justiça. Homens visualmente muito atraentes, a voz amendoada do primogénito e a firmeza de tom do pai, portes imperiais, mas descabidos de falsos pretensiosismos, toda uma aura de magnanimidade, paixões febris e corações monogâmicos, fizeram deles imortais. Quem não se deixou impressionar pela tristeza cortante do belo rapaz de barba ruiva ao ver a sua amada que jazia já pálida no chão da sala do seu algoz?
Há uns tempos escrevi que o nosso género, fatidicamente, lá procura um ou outro bad boy, mas estes senhores, de palavras honestas, gestos nobres e capacidades superiores, serão sempre os que ficam, aqueles com quem uma mulher sonhará passar os seus dias. Diga-se o que se disser, homens com honra serão, irremediavelmente, o deslumbre de qualquer senhora que se preze.

Vamos falar sobre sexo?



Costuma-se dizer que uma senhora não fala sobre pormenores da vida privada em público, que é de mau tom e que denota alguma vulgaridade. Pois há várias formas de abordar a temática sem que nos caia uma tabuleta na testa com a inscrição, em luzes néon, a piscar promíscua.
Conversar sobre a vida sexual com amigas de confiança e com o seu parceiro sexual é saudável e desinibidor, pelo que funciona muito bem como afrodisíaco. Em terras lusas, a camada feminina é castrada desde tenra idade, sendo-lhes incutido valores torpes, sensaborões e retrogradas.
A verdade é que quando se ouve uma senhora proferir que gosta de sexo, que realiza as suas fantasias sexuais, que as tem, como é óbvio - pois que venha para aqui alguma mulher afirmar que possui um vácuo imenso em relação a esses assuntos -, munem-se uns quantos hipócritas da sua língua viperina e acercam-se da pessoa como abutres em volta de carcaças. Ora criticam aqui, ora escarnecem ali... uma papalvice de todo o tamanho. A título exemplificativo, lembro-me de, há não mais de um ano, uma traste que conheci comentar que uma colega de trabalho disse, sem meias palavras e sem floridos de maior, que gostava de praticar sexo oral. Frase que, como é evidente, deve ter surgido quando, em grupo, se juntaram para falar sobre vícios privados e as suas fantasias sexuais de forma descomprometida. Pois o fulano passou toda a noite pasmado, muito ofendido com a conversa, com palavras deselegantes, inquisidor. Julgam por acaso que se tratava de uma cavalheiro boquiaberto? Pois desenganem-se. Era uma tonto de todo o tamanho, de uma promiscuidade ímpar, conhecido por prevaricar com senhoras casadas, comprometido com uma pobre rapariga, trapaceada pelas palavras de dignidade fingida, e com a agravante de se orgulhar, para além da excelente performance sexual - gaba-te cesta que amanhã vais à vindima -, ainda proferia, sem filtros, que não precisava de precauções de maior, que era uma pessoa higiénica e que não se enganassem que esta criatura só fornicava com senhoras dignas - paradoxos da vida.
Este post para poder dizer-vos que nada é mais libertador do que uma boa vida sexual, com o parceiro certo - sem que com isto queira dizer que haja compromissos de maior, ficando à consideração do individualismo de cada pessoa - e conversar abertamente sobre isso é saudável e evolutivo.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Seremos todos nós substituíveis?

A capacidade de passar pelos problemas, fazer-lhes uma expressão reprovadora e seguir na sua marcha calmamente, é um dom que, infeliz ou talvez felizmente, não está ao alcance do comum mortal. Investir em remendos a curto prazo, que desgastam cada vez mais, como uma bola de neve, não é solução. Por isso, o melhor é encará-los de frente, trata-los por tu e coloca-los no lugar que a eles lhes pertence. Verdade seja dita, não é fácil nem corriqueiro tomar a atitude anterior. Desgasta, leva-nos a andar em círculos por longos e exaustivos períodos de tempo, mas quando acaba, a recompensa é satisfatória. Podendo ser o fim de um fantasma venenoso que nos puxa os pés todas as noites, impedindo de dormir e repousar em paz.
Isto para vos dizer que há, efetivamente, pessoas que trazem uma etiqueta, não de 100% algodão, mas de malfadados problemas, de trastes pervertidos, de monstros das bolachas que nos assaltam a tranquilidade e nos roubam, por vezes, aquilo que temos de melhor - amor próprio. Podem vir, no entanto, disfarçados de amigos (da onça, pois está bom de ver), familiares próximos, colegas de trabalho, namorado/a ou marido/mulher.
Nunca fui de desistir de ninguém, embora desista facilmente de muita coisa. Porém, haverá o dia em que terei, decididamente, que deixar para trás gente que fazia parte do meu quotidiano. Se é bom? Talvez. Se não custa horrores? Isso, caros leitores, depende da capacidade de encarar os problemas. Mas, certa noite, sob um frio de Primavera deveras desconfortável, alguém me confidenciou que todos somos substituíveis. Talvez como os carros. Uns, todavia, mais do que outros.

Stella McCartney's loafers.

 
De todas as vezes que preciso ou o capricho me obriga a comprar calçado, me deparo com os velhos problemas do uso excessivo de materiais de fraca qualidade, os maus acabamentos e o mercado limitado vegan.
Pelo patamar de excelência das suas peças, a sua intemporalidade - excetuando os seus bandage dresses - e, acima de tudo, pelo seu lado ambientalista, humilde e ético, sei que seria uma das escolhas óbvias se a carteira assim mo permitisse.
Como olhar ainda é de graça - acrescente-se apenas a conta da eletricidade e de internet, que andam pela hora da morte - nada me tira o deleite de me imaginar com estes loafers, efeito pele de cobra, em pele falsa (bravo!). Fantásticos para o dia a dia, para usar com saia acima dos joelhos ou mesmo umas calças cigarette ou uns skinny jeans pelo tornozelo.

domingo, 9 de junho de 2013

Rouland Mouret de excelência.



A par do atelier Alexander McQueen, fascinam-me sempre as criações de Rouland Mouret. Por quê? Ora, não está bem à vista?! Cortes clássicos, peças muito depuradas, cores ricas, tecidos nobres e elegância assumidamente intemporal.

Para quem não é conhecedor, este atelier também oferece criações fantásticas para noivas, com preços simpáticos - assunto do qual falarei mais tarde.
Por enquanto, fiquemo-nos pela coleção Primavera/Verão que está, simplesmente, deliciosa.



O efeito vinho do Porto - Milla Jovovich


Já poucos nos lembramos dela no Return to the Blue Lagoon, mas a verdade é que Milla Jovovich foi uma digna representante da beleza afrodisíaca que Brooke Shields havia emprestado ao cinema, em 1980. Passados muitos anos, Milla, agora com a bela idade de 37 anos, mantém-se não só mais bonita como de uma elegância irrepreensível. A verdade é que os anos têm-lhe sido gentis (embora ainda seja muito jovem para se saber ao certo se continuará a amadurecer com classe) e assentam-lhe bem.
Dona de um corpo escultural e de uma pele de porcelana que se recusa a vulgarizar com bronzeados artificiais, é dona também dos rostos mais belos da sua geração de Hollywood. Uns olhos rasgados, azuis, uns lábios proeminentes sem entrarem em exageros, um cabelo quase sempre curto e rebelde, ajudam a caracterizar o que lhe confere um je ne sais quoi.
Já não lhe bastando a esplêndida fortuna de bons genes, ainda  consta na minha lista das senhoras mais elegantes. Sempre discreta, ligeiramente risqué, tira partido do corpo escultural e exibe, com orgulho os seus peitos pequenos. Isto, minhas amigas, é para quem pode. Milla, evidentemente, pode.
 
 
 
 


sábado, 8 de junho de 2013

Há jóias e jóias...


 
 
Lalique faz parte de uma lista de nomes sonantes de L'Arte Neveau e deixou um legado, no mínimo, inspirador. Diz-se que Portugal é um país de hábitos toscos e de gente pouco instruída - o que até é verdade -, mas isso não invalidou que Calouste Gulbenkian escolhesse as terras lusas para sarcófago das suas obras de arte. Embora a coleção se possa prestar a contemplações infinitas, para as senhoras, é inegável que Lalique nos capta a atenção com uma mestria ímpar.
 
 




 


sexta-feira, 7 de junho de 2013

As verdades de Samantha Jones.


Ao rever, um destes dias, a icónica série O Sexo e a Cidade, ficou-se-me a atenção nas palavras da pouco consensual Samantha: «Os homens agem sempre assim (referindo-se ao egoísmo masculino). As mulheres só pensam em 'nós'. A definição de 'nós' para eles é eu e o meu pénis.»
Que se acerque de um arco e umas quantas flechas, quem ainda duvida que o egoísmo masculino é mais do que um mito urbano. Que se trata de uma definição tosca de mulheres, também elas primitivas, sobre o que desconhecem, sobre a incapacidade de compreender a mente masculina.
Pois que quando falei de Meldelssohn lhe gabei a paixão febril, demostrei não ser imune à exceção à regra. É, portanto, inegável assumir que há uma regra, um comportamento padrão que difere no género, podendo resultar num fator afrodisíaco ou inibidor de vontades, mediante a audácia de uma senhora e as expectativas que deposita num parceiro sexual/namorado/marido/companheiro.
Os homens, custe a quem custar, são irremediavelmente egoístas. Se não o demonstram assertivamente hoje, vão fazê-lo amanhã ou depois. Não estando a profetizar comportamentos, qualquer mulher entenderá ao que me refiro.
É frequente ouvir-se por aí, muito ao sabor das nossas necessidades socioculturais que fulano tal "fugiu com uma brasileira", "deixou a mulher na miséria", "tinha uma amante há mais de 20 anos", "abandonou a mulher, porque a coitada estava doente", "meteu-se no alcoolismo"... Ora se o bom senso vos permitir, reflitam um pouco sobre a veracidade das frases acima transcritas.
As mulheres são mais comedidas, abençoadas com parcimónia e sensatez que se abala, de tempos em tempos, é verdade, mas que só pontualmente chega a níveis preocupantes. Os homens não gostam de compromissos, arrepiam-se perante as responsabilidades, fatigam-se com uma vida sexual rotineira, mas conseguem fazê-lo durante anos sem lhes levantar questões e resoluções viáveis, chamam as depressões femininas de histerismos sexuais e frigidez ao sentido de honra de uma senhora.
Pois que os consideramos irresistíveis, é bem verdade. Que lhes vemos virtudes nas façanhas viscerais, isso, minhas amigas, como se costuma dizer o pior cego é aquele que não quer ver.  

Looks horribilis da semana.

Tempo de fazer um ponto da situação da semana e eis que me deparo estas toilettes horribilis

 
Florence Welch é detentora de um estilo único, de uma figura escultural e de um 'boneco', num todo, muito agradável, embora não a considere uma mulher bonita. É verdade que os seus looks nunca são consensuais e que arrisca, por vezes, demasiado. Mas isto, para mim, é uma ode ao medonho. Para já, embirro com o castanho. É cor que, simplesmente, não consigo usar. Cai mal, envelhece-nos, entristece-nos e rouba-nos luminosidade. Juntar a malfadada cor ao veludo- material muito difícil de usar e que cai, frequentemente, muito mal, havendo necessidade de cuidados redobrados -, foi a pior ideia da qual a menina se poderia ter lembrado pelos próximos 50 anos. Para além da mistura improvável e falhada, o corte do vestido assemelha-se ao de uma camisa de dormir e, no geral, é todo ele muito sem graça. O penteado não ajudou nadinha, como é óbvio. E a cantora conseguiu o feito de parecer uma senhora acabada de sair de uma máquina do tempo.
 
 
Amanda Seyfried consta frequentemente na lista das mulheres mais elegantes de Hollywood. Compensa em estilo o que lhe falta em graça. Continuo sem entender que ventania lhe passou pela cabeça para se apresentar neste trapo de cetim (?!) vermelho, com um laço gigante na linha do pescoço. Tudo errado: modelagem, tecido, corte...
Sem muitas palavras para descrever esta grande falha, fica aqui a deixa: meninas, até uma mulher deslumbrante fica desenxabida com um vestido largueirão, coberto até às orelhas.