quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

As pragas que estão para durar.



Podia falar dos desejos mais pessoais, mas não considero de grande utilidade para quem lê. Divido, porém, com os leitores, desejos que podemos, certamente, ter em comum: 

  1. Que acabem as leggings e os tecidos de lycra usados aos desbarato por senhoras de silhueta duvidosa; 
  2. Chunky heels já deram o que tinham a dar e, sejamos sinceros, não beneficiam ninguém e conferem um arzinho ordinário, se não houver bom senso. E ele, como tão bem sabem, está em vias de extinção. 
  3. Um bocadinho de sobriedade a usufruir das redes sociais. Nada contra o seu uso - benefícios mais que muitos -, também tenho conta de facebook, mas não lavo roupa suja na rua nem choro as pitangas em praça pública. Fica mal e, lembrem-se, mais vale sermos alvo de inveja do que de pena
  4. Uma pitada de bom gosto, não só na toilette, mas também nas escolhas literárias, musicais e das artes no geral. Não se agrada sempre a gregos e troianos, é verdade - ainda bem, ou seria uma grande maçada -, mas proclamar divindades como Rihanas, Lady Gagas e senhoras dessa linha, parece-me estranho. Lá cantava Morrissey, e com toda a razão, Panic: 
(...)I wonder to myself
Burn down the disco
Hang the blessed d.J.
Because the music that they constantly play
It says nothing to me about my life
Hang the blessed d.J.(...)
Por último, que não quero aborrecer-vos com isto, Breaking Bad poderia voltar em grande. De todos, embora não me pareça plausível, talvez fosse o mais fácil de realizar, porque as pragas anteriores estão para durar.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Mas eu pedi para falarem por mim?



O mundo mudou consideravelmente desde o advento do facebook. Já sabem que tem o seu quê de pragazinha demoníaca e os benefícios talvez nunca compensem as tolices que lá se tornaram imperativas. 
Com a chegada do novo ano - mais um sem nada de admirável -, o facebook oferece, nada mais nada menos, que uma retrospectiva no nosso ano em fotos, com um texto magnífico a acompanhar, em jeito de somos todos muito amigos e parolinhos:"Foi um ano espetacular! Obrigado por fazeres parte dele."
Ora pára lá tudo imediatamente! Para começar, não preciso que nenhum computador se expresse por mim. Guardem isso para quem quer, se me fizerem o obséquio. Depois, não há adjetivo para qualificar qualquer coisa, mais desprezível e barato do que o espetacular. Para já não falar no facto do ano da maior parte das pessoas ter sido a mesma treta de sempre. Só para que conste. Por fim, tanta pinderiquice junta, causa-me náuseas. Não agradeço a ninguém por fazer parte do meu ano ou mesmo da minha vida. Com excepções muito fáceis de distinguir, quem quer fica, pelos benefícios que poderá retirar por estar ao meu lado. Não há aqui altruístas de maior, desenganem-se. 
O que ainda torna isto mais ridículo e pequenino é o facto da maior parte das pessoas terem a sua conta pejada de pseudo amigos-para-encher-que-fica-sempre-fixe-e-ainda-se-sacam-umas-tontas-ou-tontos-com-alguma-sorte-e-pobre-engenho. 
Pronto, tenho azia para o dia inteiro. Está dito. 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Dica de beleza - o chá verde e os ensinamentos das japonesas.



Há uns tempos, li um artigo sobre as propriedades do chá verde. Consta que, para além de proteger as células do organismo, retardar o envelhecimento, combater o colesterol e as doenças do coração, ajuda a manter uma silhueta elegante. Claro está que não basta beber litros de chá verde durante o dia. O importante é fazer uma implementação equilibrada no nosso quotidiano, aliado a uma alimentação saudável e cuidados básicos com o corpo. Não há milagres, desenganem-se. No entanto, com um pouco de auto-controlo consegue-se a silhueta que se almeja. 
As mulheres, que vivem tão obcecadas com a aparência da pele, em Portugal, seguem uma linha de raciocínio errada. Quando saio à noite, não são raras as vezes que percebo que mulheres de tenra idade - muitas vezes na adolescência - fazem uso obsceno de bases compactas, de pós, bronzers e blushes. Ou seja, de tanto produto mesclado que, passado umas horas, a pele está empapada. 
Quando saio de país, percebo que são hábitos ocidentais, que é algo que se deve observar por toda a Europa e pela América. Se em boa verdade, as latinas não são dotadas com peles tão leves e frescas como as mulheres nórdicas, têm maior facilidade, no entanto, para usar cosméticos. Para mim, escolher uma base que se adeqúe ao meu tom de pele, é uma odisseia. Em terra de morenas, a indústria cosmética, está pensada para elas e o resto vê a banda passar.

No entanto, bases à parte, se observarmos os hábitos de beleza das senhoras asiáticas, vê-se um cuidado diferente, algo que vem desde a raiz - a qualidade da tez. E o maior segredo passa pela proteção solar. Fogem do sol como vampiros. Orgulham-se da tez esquálida e imaculada. Nada de horas a fritar ao sol, nada de auto-bronzeadores. Mas também, nada de gorduras saturadas, nada de refrigerantes. Chá verde é uma cultura e, embora se possam perder em pequenos pecados da gula, a sua base alimentar é tão sólida que as suas silhuetas nos parecem sempre inalcansáveis. Para além disso, têm parcimónia suficiente para limpar a pele, todos os dias, como profissionais. 
Embora me esmoreça, de tempos a tempos, de fazer uma limpeza irrepreensível da pele - grande pecado pelo qual pagarei com juros daqui a alguns anos -, não  há, porém, dia que não saia de casa com a proteção solar devida e os dias de desmazelo alimentar são poucos e, num ano, contam-se pelos dedos. Pois agora pretendo também valer-me as propriedades do chá verde. Ao invés de beber o meu chá de limão habitual, vou optar por experimentar as maravilhas deste chá. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Boho com parcimónia

As toilettes mais boho têm o seu encanto, desde que não se caia em exageros. Veja-se a senhora Bardot e os coordenados lindíssimos que fez com mestria. Desde os chapéus fedora, às túnicas tribais, das botas arrojadas às jaquetas de franjas. 



Como não sou mulher para usar grandes cores, apreciei sempre mais alguns pormenores do que o coordenado no geral. Um chapéu boho com um look mais formal e um calçado confortável, estilo oxford, por exemplo; uma jaqueta de franjas com uns jeans e uns botins de boa qualidade; ou apenas uma carteira statment, com motivos tribais, num coordenado meramente monocromático. 

Para mim, boho deve ser usado com parcimónia, sob pena de parecermos caricaturas. Está claro que cada um deve optar pelo seu estilo, adaptar-se ao seu biótipo e trabalhar o melhor possível com isso.  Para mim, bastava-me este magnífico DNKY, em eco-pele - pois está claro -, talvez numa mistura provável de preto sobre preto. 







sábado, 22 de novembro de 2014

The end of the affair




Ralph Fiennes e Julianne Moore em The end of the affair, de Neil Jordan.
Há uns anos li, não me recordo onde, que os amantes deviam separar-se no píncaro da relação, isto para que todas as lembranças fossem estrondosas, para o bem e para o mal. Em 1951, Graham Greene edita o Fim de um caso ou The end of the affair, sob as tenebrosas sombras da Segunda Grande Guerra. A personagem principal, Sarah Miles, é uma senhora de origem nobre, casada com um verdadeiro cavalheiro, mas com temperamento demasiado morno para fazer perdurar qualquer paixão. A dada altura, conhece um homem que, para além de ser lindíssimo, é loucamente apaixonado por ela.
Se, no entanto, este tipo de trama não é novidade, Greene faz dele uma tragédia ainda mais lasciva e separa os amantes, não por escrúpulos da violação dos votos matrimoniais, mas por questões de vida e de morte, mas também porque sabia que as paixões só perduram quando os amantes se apartam na flor da sua essência.
Para além da agradável leitura, em 1999, Neil Jordan adapta a história ao cinema com um drama homónimo, com a delicada Julianne Moore no papel da trágica Sarah e Ralph Fiennes no de cavalheiro enamorado. Para além das interpretações magestosas, duma figuração sumptuosa, a banda sonora, da responsabilidade de Michael Nyman, é uma verdadeira preciosidade. 






segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Yves Saint Laurent, em filme.




Gosto particularmente de cinema francês, da elegância dos discursos, dos planos intimistas, da ação lenta, e da áura poética da língua.
Não há, desde Junho do presente ano, publicação de moda que não exalte o filme biográfico Yves Saint Laurent, que se foca, particularmente, na vida romântica do designer que, em tenra idade, liderou a casa Dior, após a morte do seu mentor.
Sobre o filme, demasiado excêntrico, cabe-me referir que cumpre os objetivos, sem mestria ou beleza sobrenatural, mas Jalil Lespert sempre consegue ultrapassar, sem grandes trabalhos, a pobreza cinematográfica de Hollywood.
Quanto a Yves Saint Laurent, pueril, histérico, dramático, leviano no que toca às emoções e demasiado melodramático para o meu gosto.Um homem ao qual lhe valeu, somente, o génio profissional. Porque, goste-se ou não do seu legado, há que lhe fazer as devidas honras. 


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Michael Pitt em Hannibal


A memória mais viva que tenho do trabalho de Michael Pitt é em The Dreamers, ao lado de Eva Green e Louis Garrel. Nunca esqueci a megestosidade do trabalho que desempenhou e, embora o tenha visto noutros filmes - nunca nem em sombras que pudessem competir com um trabalho de Bertolucci -, só agora me recordei do rapaz de feições angelicais de há uns bons anos. 
Já aqui referi que sou uma fervorosa seguidora da personagem ficcional Hannibal, ora ao nível dos filmes - uma vénia ao magnífico trabalho de Ridley Scott -, mas também da série de Bryan Fuller que, competindo com tamanha herança, lá conseguiu superar as expectativas e trazer um novo Hannibal, mais jovem, mais físico talvez, mas indiscutivelmente magestoso para o imaginário dos amantes da ficção à volta da personagem. Honras sejam feitas a Mikkelsen, é verdade, já o disse, mas aqui é inestimável o poder de encaixe do criador da série. 
Michel Pitt interpretou uma das personagens mais enigmáticas da obra, Mason Verner. Milionário, suinicultor - bem desconfio de um indivíduo ávido por matar -, pedófilo, sádico, incestuoso e, verdade seja aqui dita, pouco abonado de inteligência. Em Hannibal de Scott, lembro-me perfeitamente da sua personagem desfigurada, psicótica, embora tenha ficado com a leve ideia de que havia mantido uma relação romântica com Hannibal Lecter outrora. 
Michael Pitt talvez tenha vindo desmistificar Mason Verner. Concedeu-lhe tamanhas características que o dissocia de Gary Oldman (2001) ou talvez nos diga um pouco mais a respeito do senhor desfigurado que manteve, durante toda a sua vida, uma obsessão pelo Dr. Lecter. Opiniões que se deixam ao critério de cada um. Porém, uma coisa é certa, caros leitores, Fuller é um homem inteligente e perspicaz, para além de ter um requinte em vias de extinção. Buscar Michael Pitt e conferir-lhe o legado de Mason Verner, foi de génio. 

terça-feira, 10 de junho de 2014

A busca interminável de Mathilde


Andrey Tautou e Gaspard Ulliel em Un long dimanche de fiançailles, de Jean-Pierre Jeunet

Mathilde é das minhas personagens femininas de estimação. Serena, de aparência frágil, prosaica, discreta, amante dedicada e de tenacidade indestrutível. Predicados mais que suficientes para fazer de uma dama uma guerreira em tempos de necessidade. 
Procurou o seu noivo por longos anos, perdido algures em terreno hostil, por tempos de guerra. Nunca desmoralizou e manteve irrefutável a certeza do seu desvelo. Como Mathilde, muitos de nós o fazem e seguem trilhos construídos envoltos em lembranças felizes, construídas outrora por recriação própria ou fortuna de alguma companhia. Porém, a vida vai passando, o tempo é dilacerante e não raras vezes se vêem pessoas em busca de nadas. Quando Mathilde encontrou Manech, vislumbrou uma leve sombra dos dias felizes que passaram. O jovem não vivia lá, havia morrido com as tormentas da guerra. É preciso muita sabedoria para aceitar o que a fortuna nos dá, mas também para aceitar o que nos tira, pelo que resta-nos, intrinsecamente, buscar os desejos mais profundos e achar alguma expedita maneira de os realizar. Há pessoas que valem o esforço. Mathilde cria que Manech valeu os anos de tormenta, mas a busca, talvez seja interminável. 


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Uns modelos tão bonitos no meio de tanta asneira.

Não sou a maior apreciadora das criações Gucci. Tanto as tem magníficas como roçam no too much e vulgarucho. Não é à toa que as maiores alpinistas sociais se pavoneiam, alegremente, com roupas da grife italiana - para não referir a contrafacção ao nível das carteiras Louis Vuitton.

Quem não se lembra do vestido em veludo, verde, badalado por aí por mulheres de cochas grossas e de assumido mau gosto? Lembro-me de ver por aí não raras imitações do modelo que, não chegando a ser feio, perde toda a elegância quando vê a luz do dia por honras deste género de senhoras. 


Esta toilette que até nos poderia remeter para Prada, lá estica os limites do bom gosto, uma vez mais, e deixa a casa mal. 


É verdade que a moda está mais democrática. Casas com grande história, rendem-se a este género de mercado e trazem para as ruas mau gosto. Nem Chanel se safa e usa Rihanna para atingir um segmento de mercado que se torna cada vez mais abrangente. Não sou a favor do elitismo, mas desde que o mundo é mundo, há certas coisas que carregam demasiado valor para serem enxovalhadas pela mão de determinadas personagens cuja máxima anda muito próxima do sou ordinária e gosto. Ora cada um sabe de si, é bem verdade, mas não juntem o trigo e o joio. Façam-nos esse grande favor. 

Apesar de tudo, lá se salvam modelos como este:


Ou este: 


 Ou mesmo este, ao melhor estilo do intemporal  kimono: 




Belíssimo

Ora pode-se contar com a magestosidade de Jessica Stam, para mim, das modelos mais belas da atualidade, mas não passa de facto despercebido, por uma mulher cujos gostos vão para tecidos ricos, cores fortes, de jóias, brocados Rococó e formatos a lembrar kimonos, este magnífico vestido. Não sei qual o designer - bem tentei encontrar -, mas ficaram-se-me lá os olhos e um desejo recôndito de, um dia, poder vir a possuir algo deste género. Não seria, certamente, o mais sensato; possivelmente, nem teria onde o usar, mas uma relíquia deste género vale bem a pena almejar. 


Numa altura do orgulho mulher de hábitos duvidosos e escolhas escabrosas, em que das senhoras se deslumbram ténues sombras de outrora, na qual vestir entra no patamar do mais despido do que vestido, isto, caras leitoras, é uma lufada de sofisticação. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Candeeiros








Que desconsolo!


Bem que sei que não é de se criar grandes empatias com as personagens, muito menos com um senhor como Oberyn, cuja graça está no seu ímpeto de guerreiro destemido e, levemente, imprudente. Mas havia necessidade de se fazer tamanha descortesia contra o defensor de Tyron? Já nos bastava a morte do belíssimo Rob Stark. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Um magnífico Delpozo


Adoro o comprimento chic, a modelação perfeita, a cor intemporal e o decote, verdadeiramente precioso. 

sábado, 24 de maio de 2014

Sexo, religião, adições... por Marwane Pallas

Marwane Pallas dá imagem ao que vai pelo mundo, mesmo ao nosso lado, todos os dias, que consideramos de ligeira normalidade. 


Boy from Venus

Dead man eating

Devotion

This is my blood 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

E pronto, mais do mesmo.



Nothing makes you look older than attempting to look young. 

(Lagerfeld)



É caso para fazer uma vénia a Lagerfeld, apesar de o considerar demasiado excêntrico para o meu gosto. No edição anterior do Festival de Cinema de Cannes, a Srª Stone usou um Cavalli pavoroso - e lá voltamos nós aos Cavallis desta vida. Este ano, para não destoar da imagem de tonta que não aceita a idade, apesar da boa aparência que poderia aproveitar e parecer uma estátua, enche-se de tentativas infrutíferas de ludibriar a idade e veste aberrações destas. Vá-se lá perceber. O facto é que pau que nasceu torto, tarde ou nunca se indireita. Com 56 anos, ainda vai muito a tempo. A ver vamos. 



O que de melhor se tem visto por Cannes


Já há vários dias o Festival mais chic de Cinema do mundo começou, mas só hoje achei vontade de dar uma ligeira opinião sobre a toilette das senhoras. 
Ora bem, depois de vermos as tolices do costume, vulgo mulheres semi nuas, houve, até agora, umas quantas que souberam fazer pelo melhor e representam verdadeiras inspirações para os dias que correm. 

Coco Rocha em Cavalli. 
Pessoalmente, não vou à bola com as criações do designer, por muito que badalem por todo o lado. Roçam sempre ligeiramente no vulgar, embora possa ser contornado com uma boa postura e bom senso. Veja-se o exemplo da belíssima Coco Rocha. 


Lara Stone em Calvin Klein Collection 
É verdade que ter-se um corpo de estátua é meio caminho andado para parecer uma deusa com qualquer vestido elegante, mas nem todas o conseguem fazer. O vestido está ajustado na perfeição, cinturinha marcada, uma cor que vai lindamente com a pele dourada da modelo e um styling simples, que transmite uma beleza serena. 

Léa Seydoux em Prada
Depois do La Vie d'Adèle, considero esta senhora numa das mais belas atrizes da sua geração. Simples, despretensiosa nas maneiras e até no discurso. Tudo o que veste lhe assenta como uma luva e nunca a vi menos que irrepreensível, até quando veste um tailleur de linhas masculinas. 







domingo, 4 de maio de 2014

O melhor para o calor.



Para quem, como eu, ou ingere litros de água ou sumos naturais, preferencialmente, esta receita veio mesmo a calhar. Laranja, cenoura e algumas gotas de limão. Fresco, nutritivo e dá aquela sensação de saciedade para regular o apetite. 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O colete.



Adoro o colete Studio da Zara. Tão fluido, minimal, presta-se a múltiplas combinações e cria um efeito de sobreposições para um look diferente. 

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ainda em mood branco.





Sempre adorei o modelo em branco, mas, por incrível que possa parecer, já tive verdes, vermelho, preto, cinza ou mesmo pérola, mas branco nunca. Vamos lá ver se deste Verão não passa. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

E não é que chegámos à Era em que a vulgaridade dá dinheiro e status!



Há uns tempos falei da detestável Rihanna e as suas poses lânguidas com um microfone usado para fins pouco poéticos, vai que agora virou moda e a tonta do momento, Miley Cyrus, que não admite ser deixada para trás, faz uma actuação, no mínimo, de assumido mau gosto, durante a sua tour Bangerz que - cruz canhoto! - vai passar por cá. 
Desculpem-me as pessoas que sofrem, infelizmente, de perturbações mentais, por aqui as chamar à conversa, mas esta menina parece-me um caso grave de fuga de manicómio. Demoraria uma eternidade a deter-me sobre a parda qualidade da sua música, de todo o show de fraco significado que artistas deste gabarito sustentam por esse mundo todo. Sinceramente, considero tão tonta a menina Miley como qualquer fã cuja idade ultrapasse os 15 anos. Nessa idade, já eu lia grandes obras da literatura, tinha responsabilidades várias e plena consciência do que era aceitável e do que ultrapassava todos os valores da moralidade. E vá, uma mãe que sabia incutir o que a uma senhora é de valor e o que se deve passar para trás das costas, porque seria de fazer corar qualquer profissional de prostíbulo. Se em tempos, se julgava uma mulher pelo seu passado e pelas escolhas menos abonatórias, hoje estamos todos muito polidos e não se julga ninguém, tudo é permitido e os comportamentos mudaram drasticamente no espaço de dez anos, se bem me lembro. Não que a minha geração seja consideravelmente mais abonada de gostos, mas não admitiu tão facilmente uma veneração cega a personalidades deste género. 





A mais bela do mundo... ou não.



Lupita Nyong'o foi, recentemente, considerada a mulher mais bonita do mundo, pela famosa lista da People. Nunca percebi muito bem o intuito das listas de beleza e sempre as considerei redutoras, mas fossem todos os males do mundo esse e estaríamos bem. Desta vez, faço um breve comentário sobre a senhora que se encontra no topo, a vencedora do Óscar de Melhor Atriz Secundária pelo maravilhoso desempenho em 12 Years a Slave, de Steve McQueen. Se em boa verdade, sempre fui mais adepta das feições caucasianas, também é verdade que os rostos esquálidos de Hollywood já tiveram melhores dias. Dietas extremas, melodramas públicos, vidas de excessos e uma busca incessante pelo status de a mais sexy, a mais atraente, a mais desejada, estragaram a elegância de muita menina bonita pela terra dos tolos. 


Lupita não se esforça minimamente pela etiqueta vulgar e traz de novo um brilho sofisticado para as passadeiras desse mundo fora. Talvez se deva às suas raízes mais simples, nas quais se vincula que uma senhora tem que saber sê-lo e comportar-se como tal, não lhe bastando, para isso, ter um bonito rosto e um corpo de estátua. Veste eximiamente, apresenta-se sempre bem, é detentora de um sorriso rasgado, daqueles que monopolizam o olhar e enternecem, não se entende muito bem porquê. Houvesse muito mais meninas assim para dar o exemplo, é o que vos digo. 

O mundo do paranormal em Paranormal Witness.



Sou das pessoas mais céticas que conheço. Desde tenra idade me apercebi e tomou forma a imutável certeza de que vivemos uma só vida, que o mundo é aquilo que podemos enxergar com os nossos olhos ou sentir com os restantes sentidos. Que Deus, aquela maravilhosa invenção para não alastrar o desespero inerente ao homem, dava imenso jeito, mas que a mim não convencia. 
Paranormal Witness é uma série documental, que relata a história de pessoas comuns, que, em determinado momento das suas vidas, se viram a braços com situações de turbulenta complexidade emocional, com objectos que mexem sozinhos à mistura, sons vindo não se sabe muito bem de onde, visões do próprio Diabo e com algumas abduções pelo meio, para tornar o enredo mais emocionante. Mesmo para quem possa considerar isso um absurdo de todo o tamanho, vale a pena ver. Não aconselho, no entanto, a gente sensível, demasiado impressionável. 

sábado, 12 de abril de 2014

Abril em bom branco.

Gosto do branco, do preto, dos nude e das cores de jóias (metalizados, verde esmeralda, vermelho rubi, azul turquesa...). No Inverno lá me fico mais pelos pretos e cinzentos, mas o calor já está por aí e vai de reinventar um pouco a paleta para não aborrecer. O lookbook Zara do presente mês está recheado de branco imaculado, daquele que cai bem a qualquer alminha, que enche de luz qualquer cara esquálida. 



A ponderar ficam os culottes brancos da imagem 2 (à esquerda) e o vestido ou macacão, da imagem 1, (ainda não percebi muito bem), com gola de alfaiataria, também em branco. 

A boçal arte do mal dizer.


A Calúnia de Apeles, óleo por John Vanderlyn


Nasci com a sensatez de perceber que falar sobre a vida alheia nos atrasa a nossa própria. Há medida que se amadurece, vão-se limando as arestas, não para chegar a Brâmane, mas, pelo menos, para encontrar um pardo equilíbrio. Há uns dias, numa saída entre amigos, reparei numa moça, com os seus vinte e poucos anos, muito feia de rosto e de mau gosto assumido, que ia muito para além da postura alcoviteira. Passou toda a noite em comentários menores, toda tesa nas convicções deturpadas pela nobre arte de apontar o dedo, porque assim lhe apetecia. E fulana e sicrana eram cozido e assado. Prestou-se a tanta tonteria que cheguei a um momento que me esqueci da sua existência.   
Vai daí, pus-me a pensar na quantidade de tempo e energia que muita gente despende a criticar, a enxovalhar e a denegrir a imagem alheia. Esta gente, digo-vos já, devia nascer sem língua, para que o veneno se revoltasse nas entranhas, sem a forma de palavras e nos dispensasse de tamanha boçalidade e mal estar. 
Em boa convicção de que todos nos comportamos de forma menos polida, de vez em quando, não nasci com tolerância para gente de tamanha estupidez. São famílias em disputa verbal, são amigos da onça que, viram-se as costas, e maldizem-se sem pudor, são as relações amorosas fracassadas que se transformam em verdadeiras batalhas ardilosas... É, portanto, um manancial de tolices que poderia fazer-nos perder uma eternidade a dissecar comportamentos. Creio, acerrimamente, que a cada um de nós nos cabe o lugar devido e espalhar os tentáculos pela vida alheia é uma prova de um carácter mesquinho e anti-evolutivo.  Vai-se a ver e, já que se inventa tanta coisa, criam-se por aí umas salas do mal dizer, ao jeito de uma boa tertúlia, e privam-nos, alegremente, da presença desta gente. Valha-nos a boa educação que nos ensina que perseverar no cumprimento do seu dever e guardar silêncio é a melhor resposta à calúnia e à infâmia