quinta-feira, 12 de junho de 2014

Michael Pitt em Hannibal


A memória mais viva que tenho do trabalho de Michael Pitt é em The Dreamers, ao lado de Eva Green e Louis Garrel. Nunca esqueci a megestosidade do trabalho que desempenhou e, embora o tenha visto noutros filmes - nunca nem em sombras que pudessem competir com um trabalho de Bertolucci -, só agora me recordei do rapaz de feições angelicais de há uns bons anos. 
Já aqui referi que sou uma fervorosa seguidora da personagem ficcional Hannibal, ora ao nível dos filmes - uma vénia ao magnífico trabalho de Ridley Scott -, mas também da série de Bryan Fuller que, competindo com tamanha herança, lá conseguiu superar as expectativas e trazer um novo Hannibal, mais jovem, mais físico talvez, mas indiscutivelmente magestoso para o imaginário dos amantes da ficção à volta da personagem. Honras sejam feitas a Mikkelsen, é verdade, já o disse, mas aqui é inestimável o poder de encaixe do criador da série. 
Michel Pitt interpretou uma das personagens mais enigmáticas da obra, Mason Verner. Milionário, suinicultor - bem desconfio de um indivíduo ávido por matar -, pedófilo, sádico, incestuoso e, verdade seja aqui dita, pouco abonado de inteligência. Em Hannibal de Scott, lembro-me perfeitamente da sua personagem desfigurada, psicótica, embora tenha ficado com a leve ideia de que havia mantido uma relação romântica com Hannibal Lecter outrora. 
Michael Pitt talvez tenha vindo desmistificar Mason Verner. Concedeu-lhe tamanhas características que o dissocia de Gary Oldman (2001) ou talvez nos diga um pouco mais a respeito do senhor desfigurado que manteve, durante toda a sua vida, uma obsessão pelo Dr. Lecter. Opiniões que se deixam ao critério de cada um. Porém, uma coisa é certa, caros leitores, Fuller é um homem inteligente e perspicaz, para além de ter um requinte em vias de extinção. Buscar Michael Pitt e conferir-lhe o legado de Mason Verner, foi de génio. 

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