sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Jay Gatsby, um homem ímpar.

 
Leonardo DiCaprio em The Great Gatsby, de Baz Luhrmann.

A foto da semana, aqui no blog - talvez não tenham notado -, pertence a uma das mais belas cenas do cinema dos últimos tempos. Trata-se de DiCaprio, com o seu ar imperial nórdico, vestido como um cavalheiro, ligeiramente excêntrico, rodeado de flores brancas, impaciente, com uma expressão de angústia que haveria de ficar eternizada para as gerações que virão. Sou, inegavelmente, fã do seu trabalho e, por norma, nunca decepciona. Soube desligar-se com mestria do imberbe Jack Dawson de Titanic e talhou a sua carreira, deixando para trás aquela etiqueta desmesurada de sex symbol que qualquer senhor de bom gosto abomina e repele com veemência. 




Em The Great Gatsby, baseado no livro homónimo de um dos maiores nomes da literatura do século passado, Scott Fitzgerald, interpreta Jay Gatsby, um homem cuja riqueza material cria um interessante paradoxo com a sua espiritualidade. Embora um self made man, soube absorver os ensinamentos, a educação de esmero, a cordialidade e toda a sumptuosidade que um homem criado em berço de ouro deveria ter a obrigação de possuir e que tantas vezes refuta em nome da ordinarice, e da sua torpe elasticidade moral. 
Amava incondicionalmente uma mulher, cujo desvelo não lhe seria correspondido da mesma forma. Talvez a tenha amado como apenas se ama em filmes ou em grandes romances literários, mas foi a imagem de um amor puro, despretensioso que soube, como a música diz, deformar tudo ao seu jeito, para que parecesse bonito. E em Jay Gatsby tudo parece belo e magestoso. 


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