terça-feira, 16 de julho de 2013

Coisa mais rica!

Não há nada que o atelier McQueen não faça com mestria, não me canso de repetir. Tivesse eu dinheiro e esta bracelete vinha cá para casa. Linda, linda, com o pormenorzinho da caveira, em dourado envelhecido, tão renascentista. Um amor! Se é para usar joias, pois que se usem com personalidade, qualidade e equilíbrio.

Metallic pants.

 
Já referi como tendência - fixada, como não poderia deixar de ser pela Balmain - na nossa página do facebook há um bom tempo. As calças metalizadas, para além de lindas - e esqueçam, por favor, as imagens de filmes futuristas, que nada têm a ver com isso, se bem usadas -, são diferenciadoras e dão aquele brilho ao look, podendo servir-se de peças do mais básico e intemporal possível. Bem sei que nós mulheres somos levadas pela excentricidade, os brilhos, mas ter um par de jeans metalizados já não constitui nenhuma exorbitância. São bonitos, despretensiosos e conferem o pormenor que falta, muitas vezes, nas toilettes mais singelas: luminosidade.
Se encontrarem pelos saldos, desde que possuam bom ar - não há nada mais triste do que parecer uma mulher plastificada - pois não pensem duas vezes, se vos agradar.
 
 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Questões de amor.



"Luís de Camões, em sua existência anedótica, tem razão em maldizer das funestas estrelas que lhe frustraram os sonhos de amoroso, as ambições de soldado, as comodidades de funcionário, e, também, em certa medida, os triunfos de poeta; mas, se pudesse prevê-lo, quanta razão para ser grato às estrelas propícias que à sua vida essencial condicionaram ser ainda hoje o poeta mais vivo de Portugal."
Hernâni Cidade no Prefácio de Luís de Camões, Obras Completas, Vol. I
Tinha 14 anos quando a exemplar professora de Língua Portuguesa me falou de Camões. Contou, com uma paixão que nasce connosco, nas entrelinhas a sua vida, os desamores, a fortuna e o fado que o acolheu até o último suspiro.
Certo dia, pediu-nos para nos sentarmos em silêncio, escureceu a sala, ligou um televisor gigantesco e poeirento, e vimos Camões, ano de edição de 46, com o belíssimo António Vilar no papel do "falcão que perdeu a pena".
A partir desse dia, conheci uma paixão platónica pela sua excelência, pela febre dos seus poemas, não me referindo apenas às suas peças e à imortalidade de Os Lusíadas.
Ferido na sua angústia de poeta, que sente não só na alma como lhe ardem as mãos sob o mandamento único de expurgarem a sua dor, Camões compreendeu, de forma exímia, que o amor é algo que mata, que fere, que dilacera, mas do qual não se pode fugir. Por tudo isso, ainda hoje o amo como há treze anos.
"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"


Luís de Camões

Rembrandt van Rijn


Autorretrato do pintor (1630)

Completaria hoje 407 anos um dos artistas de excelência, que nos deixou um espólio magnífico. Na Fundação Calouste Gulbenkian tive a fortuna de observar um dos seus quadros in loco. Só se percebe tal dimensão, observando-o por um longo período de tempo, todos os pormenores, a obscuridade das suas personagens, a mestria inata do génio holandês.


A Ronda Noturna por Rembrandt, em exposição no Rijksmuseum, Amsterdão.

domingo, 14 de julho de 2013

Lembrando os clássicos, enquanto se compra nos saldos.



Grace Kelly
E pronto, lá começaram os Saldos na Zara - euforias à parte - há que ter cuidado com o orçamento e saber muito bem aquilo que precisamos, que queremos e que nos favorece efetivamente. Despesas maiores, façam-nas em lojas que vos ofereça qualidade diferenciada. Aproveitem esta altura para comprar bons jeans, uma boa blusa clássica, um bonito vestido preto, de comprimento decente, carteira de qualidade, calçado mais caro, enfim, a receita é velhota e fastidiosa, mas funciona sempre. Na Zara, fiquem-se por uma ou outra excentricidade - um kimono para mim! Já vos dei algumas dicas, baseada na Edit da Net a Porter, úteis para estas alturas em que tudo nos enche as vistas. Lembrem-se, a moda deve ser o mais intemporal possível, boas peças serão bonitas daqui a vinte anos, se bem tratadas (lembremo-nos dos exemplos das amorosas avós, os seus tailleurs de bom corte, as suas carteirinhas de couro e até os chapéus dos nossos avôs). O clássico não sai de moda, é chic, não precisa de ser monótono e é altura de dar bom ar ao que se veste, em vez de se cair sempre nos mesmos disparates.

Glossy bags


As carteiras envernizadas estão de volta com o revivalismo dos anos 60, que se vai fazer notar pelas passerelles  - note-se, por exemplo os mini dresses da coleção Vitoria Beckham (os quais mostrarei mais tarde).
As mais interessantes mantêm-se com um tamanho pequeno a médio e podem conter duas cores bem contrastantes. Os modelos Stella McCartney e Marni são exemplos exímios de delicadas carteirinhas tão retro.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A condessa malvada ou uma tramóia muito bem elaborada?

    Julie Delpy em The Countess
Já lá vai um bom tempo desde que vi o The Countess (2009), de Julie Delpy. O trama passa-se na Hungria sombria do séc. XVII, e centra-se na personagem de de Erzsébet Báthory, uma das mulheres mais ricas do seu país, a quem o Rei húngaro, Matias II, devia avultadas quantias de dinheiro e que fica viúva, por tormentas da guerra contra as iniciativas turcas, demasiado cedo.
Foquemo-nos no filme e temos, realmente, a figura de uma mulher das trevas, que se banhava em sangue de virgens para fazer perdurar a sua inegável beleza através da receita da juventude. Em Erzsébet é possível vislumbrar uma paixão febril por um nobre substancialmente mais jovem que lhe destroça o coração quando é obrigado a casar com uma outra mulher, de dezassete anos. Por vezes, o amor torna-nos miseráveis e maquiavélicos. Talvez tenha despoletado uma patologia sanguinária na condessa húngara, que abre a sangue frio, uma ferida no seio esquerdo para guardar, para a eternidade, junto do seu coração, irremediavelmente perdido de amor, uma mecha de cabelo do jovem Thurzo. É tudo isso de uma lugubridade tão fria, de uma tristeza cortante, que seria impossível não criar laços com Erzsébet.
O final da senhora, talvez levada sob uma tramoia ordinária de eventos que a ela lhe foram alheios, sob o auspício da usurpação da sua elevada riqueza, teria sido o confinar acutilante dentro de quatro paredes sombrias, sem resquícios de sol para lhe aquecer as faces moídas pelas choros constantes. Diz-se que mordeu o próprio pulso e sentenciou-se assim, de forma tão fatalista, à morte.


Julgamento faccioso?
"No julgamento de Isabel, não foram apresentadas provas sobre as torturas e mortes, baseando-se toda a acusação no relato de testemunhas. Foi encontrado um diário no quarto da condessa, no qual estavam registrados os nomes de cada vítima de Báthory com sua própria letra. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados, porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais."

"Não foi senão cem anos mais tarde que um padre jesuíta, László Turoczy, localizou alguns documentos originais do julgamento e recolheu histórias que circulavam entre os habitantes de Čachtice. Turoczy incluiu um relato de sua vida no livro que escreveu sobre a história da Hungria. Seu livro sugeria a possibilidade de 'Isabel' ter-se banhado em sangue. Publicado no ano de 1720, o livro surgiu durante uma onda de interesse pelo vampirismo na Europa oriental. Assim começou a espalhar-se o mito de que 'Isabel' eventualmente bebia e se banhava no sangue das meninas que matava."*
 * Informação retirada daqui.

É oficial!

Os saldos da Zara, e não aquelas promoçõeszecas que nos alegram as vistas por esta altura, mas que nos fazem, no entanto, gastar mais do que devíamos, começam dia 15 deste mês. Com a chegada dos amigos emigrantes - que muito respeito tenho por essas pessoas, mas em boa verdade assolapam as lojas em três tempos - , quando uma senhora dá por si, resta uma secção de licras, espalhada por uma mesa aos quatro ventos.
Pois o meu conselho é, caras amigas, se andam de olho em alguma peça, pois agarrem-na antes que seja tarde. E não me gastem balúrdios, por amor dos santinhos, em roupa de fraca qualidade. Tenham juízo!


 
 
 
Fotos Zara People

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Conto de fadas - Red Valentino S/S 2013



Já aqui havia gabado, com muita estima, um vestido Red Valentino, de perder o fôlego de tão belo e paradoxalmente prosaico. Pois a coleção está uma maravilha, para senhoras mais girly, lydy like, com micro vestidos rodados, a lembrar a nossa infância e também de comprimento midi, sempre evasé.
As cores são deliciosas, muito femininas, delicadas, de uma candura singela. Um verdadeiro universo de conto de fadas. Não sendo propriamente fã da coleção, gostei de alguns modelos e deixo à consideração do leitor outras interpretações.

 
 
 

Uma questão mais do que científica.

Já não me lembro que idade tinha quando A Rush of  Blood to the Head foi editado, mas ainda era agraciada pela juventude inocente. Costumava sair com as minhas amigas, no carro de uma delas, sempre a ouvir o álbum, que, na altura, me parecera magistral. Ainda hoje o é, embora os Coldplay tenham desistido da sua própria linha condutora. Evoluções e retrocessos à parte, The Scientist é das músicas mais melancólicas que me lembro de ouvir no novo milénio.

"Come up to meet you, tell you I'm sorry.
You don't know how lovely you are
I had to find you, tell you I need you
And tell you I set you apart
Tell me your secrets, and ask me your questions
Oh let's go back to the start
Running in circles, chasing in tails
Heads on a silence apart

Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start..."
Busca a possibilidade de voltar ao começo, um paradoxo tão frágil quanto atrevido. Será que alguma vez poderemos fazer o tempo girar em nosso proveito e take us back to the start?
São poemas perigosos que germinam na mente quando está fraca e dilacerada. Nada pode voltar ao estado inicial, sendo a vida como A Divina Comédia de Dante, cheia de círculos entre o Paraíso, o Purgatório e o Inferno. Deambulamos por lá todos e sobrevivemos. Aqueles que se deixam por lá ficar, como cantam os Smiths, na magistral Asleep, "Sing me to sleep, And then leave me alone, Don't try to wake me in the morning, 'Cause I will be gone, Don't feel bad for me, I want you to know, Deep in the cell of my heart, I will feel so glad to go."

Tendência fofinha!

The Edit - Net-a-Porter
 
Não são apenas as Valentino revestidas a renda negra, sobre pele rosa. Já há algum tempo havia reparado nelas pela Zara e havia lhes achado uma imensa piada. Uma fofura. Se encontrarem pelas promoções ou saldos, pois façam-lhe as honras de trazê-las para casa. Ficam fabulosas com quase tudo.



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Red Valentino, venha a mim!

Pois que nesta penúria até comprar na Zara está difícil, quanto mais sonharmos com um petit dress, cuja módica quantia é mil euros. Mas como uma senhora não comenta preços, posso regalar-me com a beleza indiscutível do Red Valentino, tamanho midi, com cores fortes para peles claras e todo um brilho para nos emprestar um certo ar imperial - para meninas de busto magro, não se empanturrem em cai-cais quando a estrutura não vos permite, fica aqui a nota, mais uma vez.
 
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A pensar já no Outono?

Ainda agora começou o Verão, as temperaturas mal se aguentam levando até a senhora mais composta a perder algum do glamour para o impiedoso calor, e eu venho para aqui pensar no Outono. Pois já não nos bastam as arrelias do dia a dia, ainda temos que pensar na próxima estação. Isto porque as promoções estão aí e os saldos seguir-se-ão abundantes em cores, formas e feitios, pelo que ter um bom 'disco-rígido' atualizado nos poupará maçadas e algum dinheiro, que isto anda pela hora da morte.
Pelo que a edição The Edit, pela Net-a-Porter nos facilita o trabalho e oferece-nos, de mão beijada, umas quantas dicas excelentes.
"Buy now, wear now and wear later" é o mantra que devemos todas invocar na hora de comprar. Intemporalidade, visuais bastante polidos, peças clássicas, arrojo nos apontamentos e pouco mais se pode incrementar nesta receita de sucesso.


A feminilidade das rendas vai continuar a contrastar com a austeridade das peles - por favor, optem-me pelas eco-peles que não há nada mais deprimente do que uma mulher sem valores éticos e ambientas.


The litle black dress com volumes inesperados e conjuntos de alfaiataria, mais andrógenos são de não se deixar escapar, se em saldos encontrarem a um preço razoável, desde que a qualidade não seja menor do que também razoável.


Transparências, muito feminilidade, saias tubo, como manda Dolce & Gabbana com padrões florais e uns stiletto, pois é óbvio.

Chic com temperaturas terceiro mundistas.

Isto dos termómetros avançarem com 40ºC durante o dia e uns bons 30ºC durante a noite, tem as suas vantagens - praia, rio, piscina, gelados, refrescos -, mas torna-se uma maçada quando temos que ir trabalhar. Pois que não nos podemos acercar de uns chinelos de dedo e um vestido vaporoso de praia, embora apeteça, temos que pôr a imaginação e astúcia a trabalhar. E não é fácil estar-se com um ar chic e polido com temperaturas destas. Como inspiração, usemos então Dita Von Teese, exímia no estilo feminino e elegante, sempre tão intemporal, tão linda. Vestido florido, cores frescas, comprimento midi -sempre o mais elegante -  sandalinhas com salto médio, cabelo bem apanhado, óculos de sol, maquilhagem minimalista e, claro, um bom protetor solar para manter o tom de porcelana.  

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Não sei se concordo.

 
Muito se falou sobre a toilette que a menina Kristen Stewart envergou para o desfile da Chanel Paris Fashion Week 2013/4. Ponto favorável, o ar polido da atriz, o cabelo bem apanhado, uma maquilhagem sóbria, com um esfumado interessante nos olhos e pouco mais. O casaquinho também era um amor, embora não goste, particularmente nela. A saia, de cabedal, peca pelo comprimento reduzido - passava bem por um cinto - e, valha-nos Santa Engrácia, o que são aquelas luvas à motard com este calor infernal de Verão? A menina, certamente, ensandeceu. Há quem lhe tenha achado a piada da semana, mas isto para mim, resultou numa tentativa falhada de trazer algo de novo à sua imagem. Lá por termos Karl Lagerfeld, não temos que nos vestir como o senhor. Fica a deixa.
Posto isso, erros destes nesta idade são muito comuns, afinal a moça ainda anda à procura do próprio estilo e isso é coisa que não se desenvolve, porque ficámos famosas à conta de filmes vampirescos - com muita pena, porque lhe vejo talento de sobra para se fazer notar por outros caminhos.
 
 

Beauty and the Beat: Katy Perry's First Vogue Cover

Quando soube que Katy Perry ia figurar na capa da Vogue , fui assolada por sentimentos mistos. Pois se, por um lado, não lhe vejo talento nem beleza arrasadora, -atente-se nos disparates das toilettes da menina há bem pouco tempo atrás, antes de perceber que tinha porte para umas belas criações da dupla italiana Dolce&Gabbana- vejo-lhe, no entanto uma certa delicadeza de modos, umas maneiras de senhora dos anos passados, em que se cultivavam as linhas curvilíneas, em que os quilinhos a mais eram voluptuosos e tudo era bem mais simples, com os seus eyeliners vincados, os lábios encarnados e face de porcelana requintada.

Vai de lhes passar a ventania pela cabeça e estragar o que era já era tão maculável, mas Vicki Woods e o talento fotográfico de Annie Leibovitz, fizeram honras de grande estrela.

Há um certo revivalismo nas composições, todas parecendo saídas de pinturas campestres, daquelas que se guardam nas casas de campo das famílias nobres. Os padrões florais, a cinturinha marcada, o busto farto e proeminente, a pele alva de seda e o cenário bucólico em harmonia com a Natureza, fizeram desta uma das mais belas produções da Vogue, nos últimos tempos. Bravo!


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Mario Testino for MATE

Já havia falado da coleção do fotógrafo para a MATE na página do facebook da Miss Urbana, mas agora deixo as fotos das carteiras que são, absolutamente, lindas.
 
 
 
 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Questões kármicas.

Excerto da ilustração de Botticelli para a Divina Comédia de Dante
Todos os seres vivos, desde os mais elementares, à sua manifestação mais completa, passam por etapas de vida. Não é fácil, no entanto, entendermos estas últimas de bom grado, quando se fecham portas que consideravam ser do Paraíso e nos abrem as janelas do Purgatório. Costuma-se dizer, em boa sabedoria popular, que nada acontece por acaso. E se já não chego ao cúmulo de citar a fastidiosa se a vida lhe dá limões, pois faça-se uma limonada, que considero abusiva e ultrajante em determinadas etapas da vida, pois que aprendamos, pelo menos, com os tropeços e façamos deles aliados futuros.
Às vezes, é necessário limpar o armário, deitar fora as coisas bolorentas, desparasitar a dispensa, pôr as coisas no seu devido lugar. Não olhemos para isso como lesivo. Olhemos sim como um bom amigo me costuma dizer, o encerramento de uma etapa menos boa para que ventos auspiciosos possam soprar pelas nossas bandas.
Quando, instintivamente, sabemos que é a favor da evolução pessoal, abrace-se então o maldito karma e faça-se dele um aliado. Por muito que toda esta discussão pareça disparatada, levada sob efeito de algum tranquilizante, quem ainda não passou por uma revolução pessoal, lá chegará e entenderá que seremos sempre bem melhores do que aquilo que fomos no dia anterior, se a estupidez não se acercar da massa encefálica.  

Radar pelas promoções.

 
Não sei se conseguirei adquirir qualquer uma destas peças, mas fica aqui o apontamento, no caso dos preços descerem mais um bocado. Convenhamos, um casaquinho de lantejoulas constitui um must have para qualquer senhora, na hora de se aprontar para sair à noite.


Ambas as peças, Mango.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Calúnia

 

Maryl Streep e Amy Adams, em Doubt.
Em 2008, altura do lançamento do The Doubt,  de John Patrick Shanley, decidi-me por ver o filme - um dos melhores até à data. Do seguimento do trama até ao final, nada tenho de extraordinário a apontar. O que nunca consegui esquecer, nas palavras de , cuja personagem foi alvo de uma perseguição cerrada, foi um ensinamento bíblico de que "se alguém subir ao topo de um alto monte com um travesseiro de penas, e soltar as penas ao vento, será possível recolher essas mesmas penas, uma semana depois? Não. O vento tê-las-á espalhado por quilômetros de distância, umas para a direita, outras para a esquerda, para trás, para a frente. Seria impossível recuperá-las. Trata-se de um mal irreparável. Assim são os boatos."
Uma vez iniciada a traiçoeira arte de espalhar um boato ou criar uma calúnia, nem todos os Santos vos poderão valer.
Na lindíssima Calúnia de Apeles, de Botticelli, cuja composição bebeu inspiração numa pintura perdida de Apeles, um célebre pintor grego da Antiguidade, aborda-se uma temática semelhante. Dela temos conhecimento através de Luciano de Samósata, nos seus Diálogos.
 
 
Segundo Luciano, o pintor Antífilo, bem menos dotado do que o seu colega Apeles, acusara o último de ter participado numa revolta dirigida contra o rei Ptolomeu IV, na corte onde estavam empregados os dois pintores. Inocente, Apeles foi feito prisioneiro até um dos verdadeiros mentores da revolta ter provado a sua inocência. Ptolomeu reabilitou o pintor, entregando-lhe Antífilo como escravo.
Anos mais tarde, levado pela pintura de Apeles, Botticelli haveria de pintar a Calúnia homónima.
À direita, numa sala aberta decorada com baixos-relevos e esculturas, o rei está sentado num trono. Ao seu lado, vemos as personagens alegóricas da Suspeita e da Ignorância que lhe sopram aos ouvidos de burro, que se devem interpretar como símbolo da sua tolice e falta de reflexão. Os seus olhos estão baixos, de maneira que não pode ver o que se passa; às cegas, ele estende a mão para a frente e encontra a personificação da Inveja. Vestida de preto, fixa o rei com um olhar penetrante e estende-lhe um braço, que acaba numa mão de comprimento anormal, num gesto rude cheio de agressividade. Da mão direita ele saca a Calúnia, ela própria portadora de uma tocha na mão direita, como símbolo das mentiras que espalha, enquanto da esquerda puxa a sua vítima pelos cabelos, um adolescente quase nu. A sua inocência está simbolizada pela sua nudez. Ele une, em vão,  as mãos para suplicar que o libertem. Atrás da Calúnia, a Perfídia e a Fraude estão ocupadas a entrançar os cabelos da sua senhora, a atá-los com um laço branco e espalhar rosas sobre a cabeça e os ombros. Por baixo da aparência enganadora das jovens e belas mulheres, utilizam fraudulentamente os atributos de pureza e inocência para com eles decorar as mentiras da Calúnia. A uma certa distância, sob a aparência de uma velha vestida com roupas pretas em farrapos, está o Arrependimento que se vira, com uma cara em que a boca adquire uma amarga contração, para a última personagem feminina no extremo da composição, a Verdade. Na sua nudez, de uma beleza perfeita, a Verdade faz um sinal com o dedo indicador da mão direita apontada para o alto, em direção aos poderes de que devemos esperar o último juízo sobre a mentira e a verdade. Sem se preocupar com o que os outros fazem, todos virados para o rei, e logo totalmente isolada deles, ela manifesta assim a sua constância incorruptível. Junta a sua nudez à do jovem inocente, enquanto as outras personagens disfarçam com roupas o seu verdadeiro ser. A Inveja e o Arrependimento cercam a Calúnia juntamente com as suas companheiras.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Debaixo de olho.

Aguardando preços mais simpáticos - não é que já não o sejam, mas em alturas de penúria, tudo nos parece uma exorbitância.
 
 

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