sexta-feira, 21 de junho de 2013

Quando a alma não é pequena.



Tenacidade e verdadeira crença no que se acredita, mais do que isso, no que consideramos o nosso mantra moral, é indispensável quando se luta por algo. Se em situações corriqueiras, consigo abrir mão de muitas coisas, quem me conhece sabe que há poucas pessoas mais sagazes para levar longe as suas convicções. Acreditei com uma força que não está em todos, como se uma erupção de lava pela pele, que conseguiríamos salvar o touro que fugiu, há mais de um mês, a caminho do matadouro, de Viana do Castelo.
Acredita-se que os animais, à semelhança do que acontece connosco, sentem o auspício de morte. Confiam nos instintos e são sábios a ler nas entrelinhas - coisa que abandonámos e que deveríamos considerar como um auxiliar importante para o quotidiano.
Hoje recebi a notícia de que engariámos a quantia necessária para salvar o nosso Marreta e poder conceder-lhe uma vida condigna, em liberdade, a verdadeira recompensa pela bravura. Já dizia Pessoa que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Bem sei que existem momentos que que lhe duvidamos das palavras, em que mergulhamos na lugubridade da efeméride dos dias. Mas a verdadeira resiliência permanece e isto, caros leitores, devia servir para tudo. Em tempos de se desistir de qualquer coisa, vale a pena lutar por quem acreditamos e pelas causas que se abraçam pela sensibilidade que encerram. E assim se muda o mundo.

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