quarta-feira, 29 de julho de 2015

Outro conto sobre a falsa ignorância.

Em relação à notícia que dá conta da insatisfação de Jane Birkin referente aos métodos de abate dos  crocodilos para a confeção das carteiras Hermés, com a sua assinatura, há diversos pormenores que me ocorrem. Vejamos: 
1 - Está bem que a senhora, recolhida no seu sossego, foi contactada pela PETA (e muitíssimo bem), sobre o assunto. Poderia ter-se abstido de fazer comentários, mas ficar-lhe-ia mal. No entanto, não desvalorizando o impacto que isto pode ter na mudança de paradigma - o que me parece estar muito longe de acontecer -, Jane Birkin nunca havia perdido dois minutos do seu preciosíssimo tempo para pensar a respeito? Não estão as notícias espalhadas para quem as quiser ler e/ou ver? Precisa realmente de ser interpelada para agir? Ora que maçada. 


2 - Em relação à marca francesa, de luxo inquestionável, que responde com luvas do mais fino tecido, há uma carência total de ética e de moralidade. Veja-se que se salvaguardam com o desconhecimento de causa, que aqueles pobres animais não são usados para as suas carteiras; que os seus, com sorte, até têm direito a spa e aos mais belos restaurantes gourmet



Façam-me rir, senhores! Estas vilanias são suportáveis pela maior parte dos consumidores, nos diferentes estratos sociais. Tanto o pobre como o rico gostam de ostentar. A feira das vaidades, porém, tem outro encanto quando se tratam de griffes milionárias e aí a crueldade não é apenas com as pobres vaquinhas, com as ovelhas e por aí fora. É também com os animais exóticos, porque há quem assim o demande. E, meus caros, se há quem compre e se passeie alegremente com estas modas da crueldade, então em que raio de mundo cremos andar para empresas abdicarem de lucros estrondosos? 

Já aqui deixei a minha opinião em relação a assuntos desta natureza (aqui e aqui), portanto, podem vir as Jane Birkins que vierem, que, a mim, por enquanto, não me turbam as vistas com falinhas mansas. 

Sem comentários:

Enviar um comentário