sábado, 29 de março de 2014

Moralismo provinciano.

Julia Roberts e Patrick Bergin em Sleeping with the enemy, de Joseph Ruben

Arrepiam-se-me os nervos com tamanhas alarvidades que uma senhora tem que aturar. Não basta usar um repelente anti estupidez no dia-a-dia. As pragas são fortes e nefastas. Há que cortar sempre o mal pela raiz. Há quem possa referir que sou mole, eu prefiro pensar que não me detenho em assuntos pequenos, em pensamentos que não me levam a um patamar evolutivo. Raramente me deixo afectar por indivíduos de fraca estirpe. O moralismo está inerente a todos nós, de forma mais ou menos resoluta, é bem verdade. Para mim é imoral usar peles, tal como é imoral saber que temos pessoas na terra sem acesso a água potável. Será, igualmente imoral a intolerância e o provincianismo bacoco, daquele que se pode colar nos vidros dos carros. Pede-se a uma mulher que seja polida, limada até à exaustão, que seja verdadeira serva da educação sentimental, da lágrima fácil, das histerias recorrentes, do fazer burro só porque sim. A mim isso dá-me dores de cabeça, agride-me na minha inteligência. 
Há pouco tempo escrevi que o rancor faz de nós pessoas mais feias, menos interessantes e poeirentas. Mas o que dizer em relação aos homens? O que referir em relação aos senhores tontos que não sabem aceitar um não, uma derrota, que a bom ver pode ser um feliz momento de transição? Quer-me parecer que as senhoras têm grande fama de mesquinhas e insensatas, mas vai-se a ver e são os meninos que não sabem ocupar o seu lugar e resignar-se à sua insignificância. Já dizia a minha mãe, que o homem é um ser menos evoluído. Pois o meu gato também o é e priva-me, alegremente, da infâmia. Não me parece, pois, que possamos desculpar verdadeiras afrontas masculinas com o falso evolucionismo. Parece-me sim, que, se acreditasse numa existência sobrenatural, o Diabo nos coloca cruéis armadilhas pelo caminho e, como grandes sabedoras do valor intrínseco, há que levantar a cabeça e mandar essa reles estirpe à fava, para não dizer aqui outras coisas, que me ficariam mal. 

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