sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

As mulheres que sustinham o mundo no ar.


Mercedes Barcha Pardo e Gabriel García Márquez

Creio que as mulheres sustêm o mundo no ar, para que não se desfaça enquanto os homens tratam de empurrar a história. No fim, perguntamo-nos qual das duas coisas será a menos sensata. 


Gabriel García Márquez e Plinio Apuleyo Mensonza, em O Aroma da Goiaba (1982)

Trata-se de uma visão assaz poética da condição feminina. García Marquez, no mesmo livro, retrata a sua esposa de uma vida, como uma senhora de temperamento dócil, que lhe acompanhava os sonhos, mesmo que lhe parecessem, muitas vezes, perfeitos disparates. Mercedes Pardo, como se chamava, talvez fosse a força motriz do seu trabalho. Sem ela, jamais teria escrito Cem Anos de Solidão. E desse modo, da minha parte, um grande obrigada.  
Era um homem como os nossos avós, todavia mais gentil e eloquente. Via a mulher como um ser refinado, tranquilo, que sustinha o mundo no ar. Acredito que haja alguma verdade nisso, como acredito piamente que os homens ajudaram a empurrar a história e fizeram, igualmente, dela muito mais violenta e cheia de ardis. Levados sob o sopro feminino? Talvez. 
O facto é que atualmente o papel feminino na sociedade é diferente, mais activo e diplomático. Honras sejam feitas às senhoras que hoje conseguem manter uma disciplina exímia no conjugar da vida social, profissional e íntima. A mulher que seja polida, educada, que saiba estar e que saiba honrar a sua condição, tem o meu inestimável apreço. 
No entanto, para pena de tantos, vislumbram-se leves sombras, muito pobres das mulheres para as quais o mundo contemporâneo foi talhado. Pretendeu-se a liberdade de oportunidades e de escolhas, cedidas a ferros, mas aqui as encontramos hoje, demasiado mal aproveitadas. Repito-me imensas vezes sobre este assunto, porque considero que as mulheres estão disparatadas, melindrosas, amasculinadas, indecorosas e estupidificadas. Veja-se o fenómeno vergonhoso da correria desenfreada pelos romances de cordel mal atado, das 50 sombras de Grey desta vida. Procuram ocupar um cérebrozinho preguiçoso com disparates deste tamanho, fazem birras porque querem um homem como os dos filmes, mas comportam-se como umas saloias. Pois em relação aos homens, tenho uma máxima que, raramente, me deixa mal: primeiramente, observem com paciência de eremita o que lê. Se, por mal dos vossos pecados, vos aparecer algum aficcionado por Pedro Chagas Freitas, Paulo Coelho ou por tantos outros autores emergentes de araque, fujam. Que, para além de um mau gosto inquestionável, deve ser um choramingas de todo o tamanho. E para isso, caras senhoras, já se bastam as mulheres. 

2 comentários:

  1. "Veja-se o fenómeno vergonhoso da correria desenfreada pelos romances de cordel mal atado, das 50 sombras de Grey desta vida." Haja alguém que ache este filme uma valente manobra de marketing e de chacha, tão insosso como uma sopa para hipertensos.

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    1. Devo dizer que adorei a analogia! Parece-me que estamos perante mais um fenómeno ao nível daqueles filminhos de vampiros insipidos. Histerias, fuja-se delas!

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