quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A história de São Valentim, antes que comecem as histerias.

Cupido e Psique por François Gérard
O Dia de São Valentim não se comemora apenas porque apetece a uma resma de pessoas gastar mais do que aquilo que devia para causar uma boa impressão à afamada cara metade - o asco que esta expressão me causa! -, pois que a história remonta a um dia de jejum em homenagem a São Valentim, associando-se à expressão romântica apenas na Idade Média, talvez na necessidade de florear as mentes em época das trevas. 
Consta que o bispo Valentim terá lutado contra o austero imperador Cláudio II. O romano teria ousado proibir a celebração dos casamentos, na firme convicção de que não só em tempo de guerra não se limpam armas, como também não se pensa em dar o nó. Acreditava-se que os soldados combatessem melhor sob estas expeditas ordens, mantendo a cabeça focada apenas na batalha. 
Ora o bispo Valentim não lhe terá prestado cavaco e continuou a celebrar matrimónios. A insolência não lhe deu grandes frutos e bispo terá sido condenado à morte. Todo este romance em volta da figura de Valentim, vai de encontro também a uma parte da história que conta que, enquanto aguardava a sua execução, encarcerado, muitos enamorados lhe enviaram flores e bilhetes, como se se tratasse de um embaixador do amor. 

Diz a história, e ora vai de acreditar ou não - a mim bem que me cheira a mito - terá curado a filha do seu carcereiro da cegueira e consta que nutria grande apreço pela rapariga, para antes da execução lhe fazer chegar uma mensagem, assinada com um romântico, "... de seu Valentim, seu namorado". Se era de facto amante da donzela, não há como saber. Poderia ser apenas um amor platónico, que viu ganhar fulgor em nome de algum alento para o coração encarcerado. No dia 14 de Fevereiro fez-se cumprir a sentença e o bispo lá perdeu a cabeça, na capital italiana. 
Como em todas as histórias dos clérigos, o bispo foi considerado mártir, pela Igreja Católica.



St Valentine's morning por John Callcott Horsley
14 de Fevereiro marca também a véspera de lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.



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