segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sonhos de consumo, num registo amplo.



Nunca fui mulher de desperdiçar muito do meu tempo a pensar em grandes sonhos de consumo. Uma viagem despretensiosa, de vez em quando - com uma passagem obrigatória por Florença, com paragem no Uffizi, pois nada de países onde o calor me maça e me atormenta a tez, que para apanhar sol, fico-me por Portugal; um carro que me permita andar desafogada sem me preocupar se vai deixar-me em maus lençóis num futuro breve; uma casa - não havendo necessidade do sonho português da casa própria, megalómana, com uma prestação assustadora ao final de cada mês, pagando para isso, com o envelhecimento precoce da pele de uma senhora que entenda, minimamente, a carga de arrelias que isso acarreta - cómoda, sem grandes excentricidades, com o indispensável, com a máxima de estar ao nível das minhas necessidades e dos meus animais; concertos e festivais, assim como bailados, óperas e alguns pequenos luxos que possam surgir em nome da cultura; e, por fim, uma substancial soma em sapatos, carteiras e peças clássicas, que durem e façam o seu trabalho sem seguir tendências fugazes que passam com as fases da lua. Fica, pois, o registo. 




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