quarta-feira, 8 de abril de 2015

I'm no angel ou a ditadura das gordinhas?



Quando a polémica sobre a campanha Perfect Body eclodiu - lá está a mania de problematizar o que não tem importância nenhuma -, as mulheres, muito indignadas com a aparência umas das outras, surgiram em apoio acérrimo: que isto é uma vergonha; que são todas tão magras, coitadas, que parece que não comem; que as gordinhas também são bonitas; que isto é uma ditadura; que querem que todas se transformem num pau de virar tripas; e patati e patata. 
Este tipo de guerras, fomentadas por parcelas residuais de gente preguiçosa, de mal com a sua aparência, não me desperta qualquer simpatia. Considero assaz desmoralizante e ridículo para a condição feminina. Passa-se demasiado tempo a olhar para o aspecto alheio e muito pouco para o espelho que se tem lá por casa. É mais fácil desmoralizar o belo em detrimento do feio. Porque o feio é mais acessível, é sempre mais mesquinho também, o feio advém maioritariamente da preguiça, do desencanto, do desmazelo. O belo, por seu turno, precisa de trabalho, precisa de disciplina, precisa de dedicação diária.


É mais fácil ficar a lamentar a celulite no sofá, ver as comédias românticas da treta que proliferam por aí,  comer ingenuamente uns snacks, com o telemóvel ao lado, para se ir dando uma espreitadela pelo facebook. Uma mulher gorda, porque não sejamos hipócritas, é disso que se trata, para além dos problemas óbvios de saúde, é pessoa que pouco faz para cuidar da sua imagem.
Se nem todas nascemos com a fortuna de genes de uma Candice Swanepoel, temos, de igual forma, a obrigação de saber tirar o melhor partido da figura, nomeadamente, perder peso, se o caso o exigir, de tonificar com alguns exercícios básicos, de cuidar da pele, dos cabelos. Se não estiverem para esses trabalhos, - incumbências pessoais e gostos à parte - pois então assumam-se os erros de vício e deixem-se lá dessas teorias de que o mundo conspira contra vocês e ponha-se fim à fastidiosa expressão do corpo de mulher real.

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