segunda-feira, 20 de abril de 2015

Os 15 minutos de fama.



Parece-me que estamos num país pouco exigente, que tudo tolera e não faz muito mais do que consumir exaustivamente qualquer porcaria que apareça na TV. Longe de alimentar celeumas sem importância, não me refiro a uma pessoa em particular, mas a toda a organização de programas de fraca categoria, com gente demasiado comercial (se é que me entendem), com uma perspectiva de mercado reles, cuja agenda será encontrar, à estocada, uma pop star do burgo, ao nível das decadentes Rihanna, Lady Gaga e companhia (são mais do que as mães). 
Não faço alusão apenas ao Ídolos, a passar agora num canal generalista, mas a todo o formato destes expeditos caça talentos, preguiçosos e popularuchos. Eles é meninas de vozinhas estridentes e enervantes, rapazes imberbes de viola na mão que, ora acorde acima ora acorde abaixo, palreiam o Bieber, o Mars e parolos dessa espécie. 
Ao invés de se apostar em pessoas com verdadeiro talento, cujo trabalho denota maturidade artística, que criam originais, que emprestam algo de novo à música, que precisam, esses sim, de uma boa rampa de lançamento para mostrarem algo que vale a pena ser mostrado, perde-se tempo a querer imitar os lá de fora. Depois dá nisto, meus senhores. Estava muito bom de ver que ia haver polémica, porque não há povo como o nosso para encontrar cabelos em ovos. E, numa altura em que vale mais um bom par de pernas descascadas, a um profissional de qualidade, vir uma senhora, que até tinha em boa conta, proferir patetices deste tamanho não me surpreende. Hoje, e vai-se a ver o mundo está mesmo ao contrário, ouvir alguém inteligente falar com sabedoria, é que já me causa uma certa estranheza, muito ao género: olha que esta!

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