segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Na medida certa.

Nem me vou dar ao trabalho de comentar as toilettes decadentes dos Globos de Ouro 2015, à excepção da escolhida pela singela Diane Kruger. Sempre o mesmo fru fru, os mesmo designers, os mesmos cortes, as mesmas poses encenadas ao milímetro para se parecer sempre a mesmíssima coisa. Uma maçada. Ontem, em directo, ainda deitei o olho e aborreci-me com tanto disparate, com tanta pele tostada de solário, com tanto discurso enfadonho e decorado. No entanto, honras sejam feitas a quem as merece, e tinha de referir que, uma vez mais, Diane Kruger fez aquilo que outras podem passar uma vida inteira a tentar, sem nunca alcançar: sobriedade, descrição, leveza, uma aura magnífica de senhora de outros tempos, daquilo que já pouco se vê. O vestido não era sumptuoso - bem pelo contrário -, uma criação mediana de Emilia Wickstead, que corria bem o risco de passar por mais um fracasso, não fosse a perspicácia da actriz ou do seu personal stylist que modelou, quase como se de uma segunda pele se tratasse, o vestido ao corpo de Diane. E eis que temos um resultado deslumbrante, sem aborrecimentos de maior, pedrarias pesadas, decotes fulminantes ou réplicas de indumentária de senhoras de prostíbulo - e pronto, desculpem-me os melindrosos. 



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