Faria hoje 109 anos, e poderia estar vivo - temos Manuel de Oliveira, já com 105, caros leitores -, mas morreu com 52 anos, ainda um moço para as interpretações de hoje. Deixou um legado formidável de criações intemporais e uma Casa verdadeiramente chic, sem pretensões de afirmação nas senhoras pouco polidas ou nos novos riquismos papalvos.
Pois que descobri que o senhor era um aquariano, tal como eu. Isto dos signos tem muito que se lhe diga ou até nada que acrescentar ao carácter individual, mas consta que o aquariano nasce com habilidades para as artes e que detém uma mente de vanguarda. Verdade ou não, o Sr. Dior foi-o com mestria e qualquer mulher sabe da dívida imortal que tem para com ele.
Dizem que tinha jeito para a pintura e desenho, mas que era ainda mais hábil a desenhar roupa. Teve a fortuna de estar integrado num grupo de influência e conheceu um importante empresário têxtil, que lhe garantiu uma coleção cápsula. Em 47 inaugurou a Mansão Dior, levado também ele no encalço das exigência de mudança de paradigma do pós-guerra - conceito de New Look carregado de exagero e opulência. Vestidos com 40 metros de tecido, para quebrar o espírito do racionamento. Durante a Segunda Grande Guerra foi mestre nos aliados e vestiu as esposas dos grandes generais nazis. Não sei, todavia, se partilho do seu pragmatismo, mas lá dita a habilidade que em tempo de guerra qualquer canto é uma trincheira.
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