domingo, 26 de janeiro de 2014

Pretty Woman - uma graciosa Vivien

Pela primeira vez, ontem, na televisão, vi o Pretty Woman, de Garry Marshall. O filme é um conto de fadas moderno, pitoresco e rebuscado que vai buscar o que mais naif há num romance: o querer alguém pela beleza que encerra no seu todo, ultrapassando as barreiras morais. É uma estrutura pouco firme para uma relação, mas poderia funcionar. A personagem de Julia Roberts, a jubilosa Vivien, mulher de profissão duvidosa, é rica e explorada de forma a criar uma Gata Borralheira das ruas da má vida. Simpática, enérgica, com um jeito de menina inocente, cria magnetismo e simpatia por parte do público. Quem não se compadece quando a personagem é ostracizada ou posta em linha de fogo pela high society americana? Dei por mim a torcer pelo desenlace feliz entre o cavalheiro bem falante, de modos agradáveis (Richard Gere) e a encantadora meretriz. 
Verdade seja dita, Julia Roberts empresta muito bom ar e um tipo muito distinto de mulher à personagem. Ruivinha, com lindos caracóis, pele clara, esguia e curvilínea - uma mulher se sonho. Se todas as profissionais do sexo tivessem tanta graça e tamanha compleição, minhas senhoras, andávamos todas bem mais amedrontadas. Não o são, certamente, embora as haja bonitas e discretas, daquelas que nunca imaginaríamos que se dedicam profissionalmente à mais antiga das artes. 
Paradoxos e relutâncias à parte, Pretty Women é um marco dos anos 90 por todas essas razões, talvez por marcar um rompimento do paradigma da menina com maneiras deselegantes que se transforma, visualmente, numa distinta dama. Uma dama não o é por vestir bem, é-o nas maneiras e jeitos, mas também na simpatia, no acolhimento, na tranquilidade e naturalidade com que vive os seus dias e isso Vivien tinha de sobra. 

Sem comentários:

Enviar um comentário